Com a evolução do mercado de trabalho, acentuada principalmente pela época da Revolução Industrial, houve um aumento progressivo da demanda por trabalho, e, com isso as preocupações em torno do trabalhador ganharam maior destaque. Os direitos em torno do âmbito trabalhista se fortaleceram mediante às mudanças do cenário econômico-político vivenciadas, e, no mesmo sentido, a ideia de proteção social como direito obrigatório aos cidadãos também se fortaleceu.
Neste sentido, a seguridade social baseia-se no objetivo de garantir amparo, atualmente, tanto em torno da saúde, da assistência social, e como foco do presente trabalho, da previdência social. Esta relaciona-se com a ideia de um “seguro social”, cuja prioridade é a garantia de resguardo da capacidade econômica dos contribuintes a ela envolvidos, durante situações em que os mesmos se encontram incapacitados de exercer função laboral, como a aposentadoria, invalidez, gravidez, entre outros.
Contudo, a abrangência e âmbito de atuação que a Previdência Social possui nos dias de hoje, nem sempre representaram esta mesma proporção, ou ainda, atuaram quanto aos aspectos do sistema contemporâneo. As origens do sistema previdenciário podem ser observadas de maneira gradativa e diferenciada ao longo do tempo, e, o presente trabalho visa apresentar o histórico da Previdência Social no Brasil.
O trabalho foi estruturado de forma a apresentar, uma breve conceituação acerca do objeto de estudo, a previdência Social, e, posteriormente disserta sobre o histórico da mesma à situação contemporânea, e por fim, a conclusão.
Com o desenvolvimento do presente trabalho, foi possível observar que a evolução do sistema previdenciário, sobretudo, aconteceu em torno da priorização dos interesses coletivos, como a proteção social, em detrimento de vertentes concentradas e envoltas de interesses locais, conquistando assim maior abrangência, mesmo com as dificuldades enfrentadas ao longo do tempo, e ainda com maior destaque, atualmente.
O Bônus Demográfico, que no Brasil tem como duração o período entre 1970 a 2030, abriu uma janela de oportunidade para o país se desenvolver em termos econômicos e socioeconômicos, que não fora aproveitada, pois, a nação ainda sobre de problemas básicos de inclusão social e de reprimarização da economia, o que é grave, pois, o país está passando por um período de recessão, agravado pela desindustrialização do país o que causou uma regressãoprodutiva, que acabou por prejudicar a Previdência, que passou a arrecadar menos com o aumento dos desempregados e o aumento dos idosos, por isso alguns pesquisadores de Economia, como o autor José Eustáquio Diniz Alves, que expôs sua opinião no artigo: “O fim do bônus demográfico e o processo de envelhecimento no Brasil.”; acreditam que o Brasil está diante de uma década perdida, sem perspectivas de crescimento, o que acabará por encurtar, juntamente com outros fatores, o período do Bônus, que terminará, segundo as previsões destes pesquisadores, entre 2015 e 2020.
Com a aproximação do fim do Bônus e o início de uma crise econômica a população brasileira chega a uma incógnita: “O que fazer para mudar o sistema Previdenciário brasileiro?”; que apresenta falhas, por ser um sistema antiquado, principalmente em relação à população feminina no mercado de trabalho. Se visto o Índice de envelhecimento, que é medido pelo número de pessoas de 60 anos ou mais anos 13 de idade, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população residente em determinado espaço demográfico, no ano considerado; do Brasil é possível observar a predominância do aumento, conforme o passar dos anos, da população feminina perante a masculina, conforme é apresentado no fenômeno da Feminização da Pirâmide Etária, que é observada através da Razão de Sexo.
A Razão de sexo brasileira, que segundo o IBGE, na publicação do estudo: “Síntese de Indicadores Sociais — Uma análise das condições de vida da população brasileira 2015.”; tem uma diferença mais impactante em regiões metropolitanas do que em rurais, e, em geral possuí a taxa em 51,6% para mulheres e 48,4% para homens, o que é prejudicial para a população brasileira, já que homens costumam morrer mais cedo do que as mulheres, o que acaba por impactar na Previdência já que a apesar de a população feminina contribuir somente 31 anos, em média, tempo inferior aos 39 anos contribuídos pela masculina, por viver mais anos pode e ter de forma resumida que a mulher acaba por contribuir menos e receber mais.
Estes fatores contribuíram, com a crise econômica e política do país, para o surgimento de propostas de reformas para a Previdência, no governo do presidente Michel Temer em dezembro de 2016. Essas propostas, justificadas pelo governo, são entre outras: o déficit crescente, segundo dados oficiais, em que houve um crescimento significativo do rombo nas contas da previdência. Em 2013, o déficit da previdência equivalia a 0,9% do PIB; em 2016, chegou a 2,4% do PIB (R$ 149 bilhões). Esse aumento forte e rápido se explica pela crise econômica deflagrada em 2015, que aumentou o desemprego, o que veio por diminuir o número de contribuintes. Além disso, o peso dos gastos previdenciários no orçamento também é considerado muito grande: 27% das despesas do governo foram destinadas para pagar os seusbenefícios, segundo o Mosaico do Orçamento da FGV; como fora citado acima, o envelhecimento da população brasileira: o Brasil aos poucos passa de um país de jovens para um de idosos. Conforme a expectativa de vida aumenta e a taxa vegetativa da população diminui, chegaremos em breve a um cenário de muitos trabalhadores inativos sustentados por poucos trabalhadores ativos. Assim, uma reforma da previdência é vista como inevitável, assim como foi em outros países em todo o mundo nas últimas décadas; Fora que os brasileiros se aposentam demasiadamente cedo, tendo como média de idade em que as pessoas se aposentam como 58 anos, segundo o Ministério do Trabalho. Este número é ainda menor entre os que se aposentam por tempo de contribuição: 56 anos para os homens e 53 anos para as mulheres, ao contrário da maioria dos países no senário mundial, em que as pessoas se aposentam com no mínimo 60 anos.
O governo brasileiro propões uma reforma na Previdência alegando a busca de mais igualdade entre os brasileiros, com o intuito de que políticos, juízes e o alto funcionalismo público passem a seguir regras semelhantes às dos trabalhadores da iniciativa privada. A proposta em teoria, não retiraria direitos, mas promoveria a igualdade, deixando o sistema mais justo e equilibrado para todos os trabalhadores, que causaria uma menor sobre carregamento dos cofres públicos e colocaria o Brasil no mesmo nível de países em que o bem-estar social é uma prioridade para a sociedade.
Dentre as principais mudanças, estão: o tempo de contribuição, o trabalhador teria que contribuir pelo menos por 15 anos para ter direito à aposentadoria, tempo já utilizado atualmente, mas o benefício seria alterado pelo tempo de permanência no mercado; a idade mínima, a idade subiria gradualmente até chegar aos 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres em 2038. Uma vez que estas regras fossem cumpridas o trabalhador passaria a ter direito a 60% do salário de contribuição. Atualmente o teto do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é de R$ 5.531,31, quanto maior a contribuição, mais próximo ficaria o trabalhador deste valor.
Durante a transição, a partir de 2020, a idade iria subir de forma gradativa, em teoria. A cada dois anos, seriam acrescentados 12 meses à idade mínima. Essa evolução seria mantida até chegar aos 65 anos. Para segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), trabalhadores regidos pela CLT, haveria um acréscimo de 30% para o tempo que faltaria paraessas pessoas se aposentarem, uma espécie de pedágio. No caso dos homens, esse pedágio seria cobrado sobre o que falta para cumprir 35 anos de contribuição. Já para as mulheres, esse acréscimo valeria sobre o que falta para completarem 30 anos de contribuição.
Mesmo após a mudança nas regras da Previdência alguns trabalhadores iriam se aposentar por regras muito semelhantes às atuais. Para quem já estaria próximo de conseguir o benefício, haveria um pequeno acréscimo no tempo que a pessoa tem de contribuir, para ter direito à aposentadoria, o que se costuma chamar de pedágio. Funcionaria desta forma: os trabalhadores teriam um acréscimo de 30% no tempo de contribuição que faltaria para conseguir a aposentadoria. Para os homens, seria um aumento no tempo que faltaria para completar 35 anos de contribuição; para as mulheres, no tempo que faltaria para completar 30 anos.
Em suma, se faltassem dois anos para um trabalhador poder se aposentar, ele teria de que trabalhar para poder se aposentar, ele teria de trabalhar mais dos 31 meses para ter direito à aposentadoria, apenas um pouco a mais do tempo original (24 meses).
Como apontado no desenvolvimento histórico e teórico da Previdência no Brasil, sua evolução se deu de forma gradativa e diferenciada dos demais países, que tiveram suas regras previdenciárias e seus corpos estipulados mais cedo, devido à questões desenvolvimentistas, além de que inicialmente existia um monopólio de interesses por parte do governo e de elites oligárquicas, que não consideravam as necessidades da população, senário diferente se comparado com o atual, uma vez de que há a priorização da proteção social contemporânea, em detrimento dos interesses de pequenos grupos de elite. Também é possível observar que esta apresenta indícios de já estar em direção ao colapso, pois, suas contas não fecham mais. Como tratado na problematização demográfica do fim do bônus demográfico, onde sua principal preocupação, em um breve futuro, será: “A relação entre população ocupada e PIA chegou ao pico entre 2008 e 2012 (fim do bônus) e agora vai se reduzir gradualmente. Ou seja, o ritmo de crescimento da população ocupada será menor que o ritmo de crescimento da população. Haverá menor proporção de “produtores” e maior proporção de “consumidores”. (ALVES, 2015, p.16); e questões como a feminização da pirâmide etária e seu órgão da Previdência precisariam ser revistas. Portanto, o governo apresentou uma série de medidas técnicas, como sendo a solução para o fechamento de contas, prejudiciais a população por sua natureza súbita.
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